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domingo, 5 de março de 2017

Uma semana em Buenos Aires - 2º Dia


E o meu segundo dia em Buenos Aires foi no domingo, e como todo bom porteño fui aproveitar para conhecer a famosa Feira de San Telmo.

SIMBORA COMIGO descobrir os encantos dessa feira?



Os dias de domingo para os porteños servem para passear pela extensa San Telmo e parar de barraquinha em barraquinha para comprar coisinhas para casa, bijus, quadros, roupas, comida e tudo mais que você imaginar. Você que é carioca, como eu, deve conhecer aquela feira que acontece todo primeiro sábado do mês na Rua do Lavradio né? A Feira de San Telmo é quase igual, mas infinitamente maior e com muito mais variedade.

Em várias esquinas você vai encontrar casais de bailarinos dançando um autêntico tango (não aqueles que são apresentados nas casas de shows), mas tenha cuidado! Se você pedir para tirar uma foto com eles, prepare-se para desembolsar alguns pesos! 

E por onde começar? Obviamente, pelo começo...eheheheh! Mas onde é o começo se há várias entradas para San Telmo? Oficialmente, a feira começa na esquina da  Avenida Belgrano com a Calle Defensa, veja o mapinha abaixo:


Notou que tudo é relativamente perto? A cidade de Buenos Aires é ótima para caminhadas!

Como eu disse na primeira postagem da série de Buenos Aires, eu optei por caminhar já que minha hospedagem foi no Centro da Cidade, então para os meus roteiros dessa região eu não utilizei meios de transporte. Mas, caso você fique mais afastado, poderá optar pelo metrô ou subte e descer nas estações mais próximas de San Telmo (no mapa acima, elas estão sinalizadas com um "M" em azul.

Na esquina da Avenida Belgrano com a Calle Defensa, você já pode iniciar pela Basílica Nossa Senhora do Rosário ou Convento de São Domingo. 

A construção dessa Igreja começou em meados do século 18 e só foi concluída cem anos depois. Ela foi construída em um terreno adquirido pelos monges da Ordem Dominicana em 1601. O terreno, a princípio, foi utilizado para plantação de legumes, curral e também uma capela bem primitiva. No interior da igreja há belos altares e obras de arte dos séculos 17 e 19, e nela está o mausoléu de Manuel Belgrano, autor da Bandeira Argentina.


As torres da Igreja do Santíssimo Rosário


Altar e alguns detalhes da parte interna da Basílica





Depois de conhecer a Basílica é hora de partir para a Feira de San Telmo, e se preparar para conhecer vários cantinhos maravilhosos. Cantinhos maravilhosos? Sim, há verdadeiros oásis a serem descobertos ao longo da Calle Defensa, e é por isso que o passeio dura quase que o dia inteiro.

Além da Feira, você também vai conhecer : o mercado de San Telmo, a galeria Solar de French, e a Galeria de La Defensa.

A Feira de San Telmo começou em 1970 na Plaza Dorrego, e com o passar dos anos, a praça ficou pequena para a quantidade de pessoas e barraca que circulavam pelo local, e assim, a Calle Defensa passou a ser o endereço da feira.

Em minha visita, a Plaza Dorrego estava em obras. 

Há um arsenal de antiguidades, quinquilharias e coisinhas prontas para fazer os olhos de crianças, mulheres, e homens brilharem, e antes de sair comprando tudo lembre das suas ultimas viagens e reflita: onde você colocou aquela máscara que trouxe de Veneza? Aquele cocar imenso da Amazônia? pois é.....rs

A feira é essa maravilha...

muitos lugares para escolher sua comida ou lanche

diversidades



Vamos combinar o modelito?

Tudo é vendido na Feira.

Esse tipo de pintura que encontramos em muitos lugares pela cidade, chama-se Fileteado. São Guirlandas floridas e arabescos em cores vivas.


E o primeiro lugar para se perder é o Mercado de San Telmo:


No Mercado de San Telmo, assim como na feira, é possível encontrar de tudo num só lugar: antiguidades (desde brinquedos até frigideiras), passando por temperos e patês patagônicos, ou um café de algum país exótico.  
Buenos Aires ainda conserva o espírito dos primeiros mercados e ele tornou-se o ponto de encontro dos moradores do bairro e de uma visita para os turistas. Foi inaugurado em 1897, com o objetivo de abastecer os imigrantes que chegavam, mas com o passar do tempo foi se modificando, sem, contudo, perder as características estruturais que chamam a atenção. 
A minha dica é dar uma passada no Coffee Town e tomar um café exclusivo. O lugar é atendido por baristas que sabem como indicar o melhor café.













Depois de andar pelo Mercado San Telmo é hora de prosseguir pela Defensa e encontrar na quadra seguinte, um outro cantinho escondido, a Galeria Solar de FrenchNesse lugar bem florido há lojas de prataria, artigos em couro, artesanatos e peças de arte. Ela foi construída no início do século XX num estilo espanhol e era a residência de Domingo French, líder do movimento da independência da Argentina.










Saindo da Galeria de French, você vai caminhar uma quadra, e após a Plaza Dorrego, vai conhecer a Galeria de la Defensa. Esta tradicional casa de dois pisos, construída em 1880, foi residência da família Ezeiza, uma distinta família da cidade. A casa tem quartos que convergem para uma galeria lateral. A planta baixa presenta três pátios: Patio do Tempo, Patio da Arvore e Patio dos Ezeiza. A planta alta tem apenas um patio. Durante alguns anos funcionou no local uma escola para surdos e mudos. Em 1981 se transformou em galeria comercial dedicada a venda de antiguidades, indumentaria, quadros, etc.













Finalizada a visita à Galeria, continuei caminhando pela Calle Defensa até o cruzamento com a Avenida San Jose onde está localizado o MAMBA, ou o Museu de Arte Moderna de Buenos Aires, que eu não visitei (e até agora eu me pergunto por qual motivo eu não o conheci).      
MAMBA
Essa Calle Defensa é enorme e a quantidade de surpresa dela também é enorme. Caminhando pela rua, eis que descubro um museu pra lá de assustador: Galeria del Asombro!

A vontade e entrar foi grande, mas confesso que por estar sozinha eu me desanimei, até porque o lugar estava um pouco vazio...sei lá ne? kkkkkkk
É caminho que se segue, e o meu destino era a região do Parque Lezama, onde eu ia conhecer o parque, a igreja ortodoxa, e o museu histórico. Ah, não posso deixar de falar uma coisa! Amigos não esqueçam de apreciar a arquitetura do lugar. Há muitos prédios antigos que emprestam um charme muito especial ao bairro de San Telmo. Andando um pouco mais, cheguei ao Parque Lezama, mas antes de passear no parque eu fui na Igreja Ortodoxa, e para minha surpresa, por ser domingo, ela estava aberta! 

Esta igreja, de estilo moscovita do século XVII, foi inaugurada em 1904. De cada uma das cúpulas azuis eleva-se uma cruz orientada para o Leste, sustentada por cadeias, como é costume na Rússia. A fachada apresenta três vitrais que ilustram diferentes cenas bíblicas e, no frontispício, um mosaico realizado em São Petersburgo que representa a Santíssima Trindade.


Satisfeita a minha curiosidade, fui conhecer o Parque Lezama, que eu simplesmente adorei! O curioso é que há diversos adestradores de cães pelo parque. Dentro do parque está localizado o Museu Histórico Nacional.

Mas o que um Museu faz dentro de um parque? Em 1857, Gregório Lezama comprou a área onde hoje é o parque e plantou inúmeras espécies de arvores importadas, e contratou uma conhecida paisagista para fazer o jardim privado mais luxuoso da época. Em 1894, a viúva de Lezama vendou o terreno à Prefeitura, com a condição dele tornar-se um passeio público com o nome do seu marido. O parque tem várias esculturas, monumentos, um anfiteatro, uma fonte, e o museu, era a casa da família Lezama. 


O Museu Histórico Nacional foi inaugurado em 15/02/1891, sob a direção de Adolfo Carranza, e tinha como objetivo a exibição de coleções referentes à Revolução de Mayo e à Guerra da Independência da Argentina. Ocupa o atual prédio desde 1897, onde passou a exibir fatos históricos mais antepassados. A história do país é contada por quadros e alguns instrumentos e vestimentas especialmente do San Martin. O quarto original do herói argentino chama bastante atenção, assim como a sua espada. Percebi que o museu não faz muito sucesso entre os turistas, porque não é tão conhecido.



Um dos objetos expostos no museu é essa guitarra que foi construída em Barcelona no ano de 1850, pelo luthier Francisco, como presente à Manuelita Rosas, que se encontra retratada ao fundo. Aqui há dois pontos que merecem destaque. Você sabe o que é um luthier? É um profissional especializado na construção e no reparo de instrumentos de corda com caixa de ressonância, tal como o violão, violino, guitarra, cavaquinho, bandolim, violoncelo e entre outros instrumentos, mas não daqueles dotados de teclado. O termo luteria designa a arte da construção de instrumentos musicais.

E quem foi Manuelita Rosas? Ela passou a ter maior representatividade após o falecimento de sua mãe, esposa do Governador Rosas, que passou a figurar como Primeira Dama.





Essa foi a espada que pertenceu ao general José de San Martín, chefe das campanhas libertadoras da Argentina, Chile e Peru. San Martín foi comandante na guerra pela independência da coroa da Espanha e na segunda década do seculo XIX liderou uma memorável cruzada na Cordilheira dos Andes com suas tropas que derrotaram os realistas no Chile. Empreendeu depois com seu exército uma viagem pelo mar rumo a Lima, onde conseguiu com o apoio da população proclamar a independência do Peru. O comando de seus soldados cedeu depois ao libertador Simón Bolívar. A espada, comprada em Londres em 1811, foi retirada do Museu e guardada 48 anos no Regimento de Granaderos por ordem de Juan Carlos Onganía (1966-1970)


Réplica da Porta da residencia do General San Martin na França.
 

E por aqui terminou o meu segundo dia!

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